Fala, comandante!
No texto de hoje iremos falar sobre a inspeção pré-voo (preflight inspection), também conhecida como externa, uma etapa obrigatória, que requer conhecimento e exatidão nos procedimentos.
O pré-voo é um dos checks necessários, sendo esta também uma parte da manutenção que é de única e exclusiva responsabilidade dos pilotos. No caso do treinamento de voo, o aluno deve fazer essa verificação na presença de um instrutor.
Essa inspeção é realizada com o objetivo de certificar que a aeronave está legalmente aeronavegável e em condições para um voo seguro.
O procedimento é feito a partir de uma checklist – que pode variar de aeronave para aeronave -, assim, são observados o estado geral do avião, dos motores, do combustível durante a drenagem, do nível de óleo, inspeção dos pneus, enfim tudo que possa comprometer o voo.
Afinal, o que deve ser feito?
Antes de iniciar a inspeção visual da aeronave, o primeiro item a ser observado é a verificação do diário de manutenção do avião. Nele, você irá conferir se todos os testes, inspeções e manutenções foram realizadas, confirmando, dessa forma, se a aeronave está liberada para voo.
Feito isso, tenha em mãos o frasco de dreno de combustível e o Preflight Inspection Checklist.
A vistoria na aeronave (walk-around) deve seguir a ordem de cada item listado.
Importante: O aluno-piloto deve iniciar a inspeção externa a partir da porta da aeronave e caminhar em volta dela até retornar ao ponto inicial.
CABIN (CABINE)
Ao entrar no avião, deve ser observado a sua condição geral e limpeza. E, com o checklist, você deverá realizar a inspeção seguindo a sequência corretamente.
Neste momento, um dos itens a serem executados e verificados, são:
- Travas retiradas;
- ignição desligada;
- bateria;
- flap recolhido etc.;
FUSELAGE AND EMPENNAGE (FUSELAGEM E EMPENAGEM)
Checar, tanto o lado direito quanto o esquerdo da fuselagem, observando toda integridade estrutural, olhando a fixação dos rebites, janelas de inspeção, luzes de posição e antenas, devendo ser relatada toda e qualquer irregularidade ao instrutor.
Na empenagem, deve ser observado a fixação e lubrificação das superfícies de comando com movimentos leves.
RIGHT WING (ASA DIREITA)
Na asa direita, deve ser verificado flap e aileron, o correto movimento das superfícies de comando, integridade da superfície da asa, como: atentar para rachaduras, sujeira, marcas ou choques no material, assim como fixação do trem de pouso e raiz da asa.
Outro ponto importante nessa inspeção é a quantidade e abastecimento do combustível, e verificar se há alguma obstrução no suspiro do tanque de combustível. Além disso, pilotos responsáveis levam em consideração se a qualidade e a quantidade do combustível estão corretas.
Como forma de verificar o tipo de combustível, cor, cheiro e presença de sujeira, deve ser drenado uma quantidade suficiente de combustível de cada tanque.
NOSE, LEFT WING & LANDING GEAR (NARIZ, ASA ESQUERDA E TREM DE POUSO)
Nesta etapa, deve ser checado a marcação do pneu, calibragem, observando se há vazamentos e demais anormalidades; freios, amortecedores, nível de óleo do motor, tomada de pressão estática verificando possíveis obstruções, condições do spinner e hélice – ela deve deve estar firme e segura, atentando-se para rachaduras, corrosão ou ferrugem.
Na asa esquerda, o procedimento é o mesmo realizado na asa direita, exceto a verificação do pitot e a retirada de sua cobertura de proteção.
Por fim, para garantir que todos os principais itens do checklist foram examinados, tanto o aluno como o instrutor deverão realizar o procedimento de walk-around.
O Aeroclube de Juiz de Fora, possui e disponibiliza aos alunos o SOP – Standard Operating Procedure (Procedimento Operacional Padrão) e isso é feito com o objetivo de contribuir com a capacitação, padronização do ensino básico de pilotos e com o bom aproveitamento nas missões de treinamentos e a sua segurança de voo.
Além disso, a nossa escola possui uma oficina própria, homologada por técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) desde novembro de 2020.